Resenha #68 – O Último dos Valentões (Farewell, My Lovely, 1975)

Esta é a terceira versão para as telas do romance policial escrito por Raymond Chandler.  Anteriormente, a história já havia sido filmada como “The Falcon Takes Over” (1942) e, na versão mais conhecida, como “Até a Vista, Querida” (“Murder My Sweet” – 1944), filme noir da melhor espécie.

 

O filme prima por excelentes direção de arte e fotografia, capazes de tornar este um dos mais dignos representantes dos filmes neo-noir.  Mas o destaque mesmo é a presença de Robert Mitchum no papel de Phillip Marlowe.  Mitchum parece SER o próprio Marlowe.  Não lhe custa o menor esforço interpretar o detetive cansado e cínico.  Esta é considerada, inclusive, uma de suas melhores atuações, talvez justamente por ter sido um papel tão adequado à sua personalidade.

 

De qualquer forma, não há nem como comparar o Marlowe de Mitchum com o de Dick Powell em 1944, em minha opinião totalmente inadequado no papel.  Mas apesar de ter um ator principal muito mais adequado – aliás, perfeito para o papel – ainda assim considero o filme de 1944 melhor.

 

Temos algumas presenças interessantes nesta versão, como um tal de Sylvester Stallone, ainda um desconhecido, um ano antes de estourar no papel de Rocky; um envelhecido John Ireland, ator de quem pouco se fala mas que esteve em bons filmes nos anos 40 e 50; um quase irmão gêmeo do “Dentes-de-Aço”, Jack O’Halloran, um ex-lutador, no papel do grandalhão Moose Malloy (anteriormente interpretado por Ward Bond e Mike Mazurki); e uma lindíssima Charlotte Rampling, como a femme fatale Velma.

 

O filme rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Sylvia Miles.

por Alexandre Cataldo

Deixe aqui sua opinião sobre isso!