Esta é a terceira versão para as telas do romance policial escrito por Raymond Chandler. Anteriormente, a história já havia sido filmada como “The Falcon Takes Over” (1942) e, na versão mais conhecida, como “Até a Vista, Querida” (“Murder My Sweet” – 1944), filme noir da melhor espécie.
O filme prima por excelentes direção de arte e fotografia, capazes de tornar este um dos mais dignos representantes dos filmes neo-noir. Mas o destaque mesmo é a presença de Robert Mitchum no papel de Phillip Marlowe. Mitchum parece SER o próprio Marlowe. Não lhe custa o menor esforço interpretar o detetive cansado e cínico. Esta é considerada, inclusive, uma de suas melhores atuações, talvez justamente por ter sido um papel tão adequado à sua personalidade.
De qualquer forma, não há nem como comparar o Marlowe de Mitchum com o de Dick Powell em 1944, em minha opinião totalmente inadequado no papel. Mas apesar de ter um ator principal muito mais adequado – aliás, perfeito para o papel – ainda assim considero o filme de 1944 melhor.
Temos algumas presenças interessantes nesta versão, como um tal de Sylvester Stallone, ainda um desconhecido, um ano antes de estourar no papel de Rocky; um envelhecido John Ireland, ator de quem pouco se fala mas que esteve em bons filmes nos anos 40 e 50; um quase irmão gêmeo do “Dentes-de-Aço”, Jack O’Halloran, um ex-lutador, no papel do grandalhão Moose Malloy (anteriormente interpretado por Ward Bond e Mike Mazurki); e uma lindíssima Charlotte Rampling, como a femme fatale Velma.
O filme rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Sylvia Miles.
por Alexandre Cataldo