Resenha #15 – Os Quatro Desconhecidos (Kansas City Confidential, 1952)

Dentro dos filmes noir, o subgênero “filme de assalto” é um que quase sempre resulta em bons filmes, recheados de cenas tensas e violentas, que costumam imprimir excelente ritmo. Não que se esteja fazendo comparação com aqueles que são considerados os melhores filmes do gênero (e com razão), como “Rififi”, de Jules Dassin, “O Grande Golpe”, de Stanley Kubrick e “O Segredo das Jóias”, de John Huston, mas “Os Quatro Desconhecidos” é mais um ótimo filme que pode ser colocado nessa lista.

 

O diretor Phil Karlson emplacou, nos anos 50, uma série de bons dramas criminais (hoje classificáveis como noir), apesar de serem todos eles filmes de baixo orçamento. Além deste aqui, destacam-se “Escândalo” (“Scandal Sheet”) e “A Morte Ronda o Cais” (“99 River Street”). John Payne, um dos atores prediletos do diretor Phil Karlson, estrela com o ex-presidiário que é considerado o principal suspeito do crime e, humilhado, se empenha em desbaratar os verdadeiros culpados. As boas atuações de todo o elenco, aí incluídos os coadjuvantes Preston Foster, Lee Van Cleef, Jack Elam e Neville Brand, todos à vontade nas cenas violentas, favorecem o bom resultado.

 

É considerado certo que o diretor Quentin Tarantino, ao escrever o roteiro de seu filme de estréia, “Cães de Aluguel”, inspirou-se no detalhe crucial do filme de 1952: nenhum dos bandidos conhece a verdadeira identidade dos demais. Só se encontram (inclusive para a execução do roubo) usando máscaras. Apenas o cabeça da quadrilha (um policial aposentado, frustrado com a aposentadoria irrisória e conhecedor de informações que lhe permitem pressionar os demais criminosos a participarem do golpe) conhece os outros.

por Alexandre Cataldo

2 comentários sobre “Resenha #15 – Os Quatro Desconhecidos (Kansas City Confidential, 1952)

Deixe aqui sua opinião sobre isso!